Brasileiros encontram em Deus a razão para suas conquistas financeiras
“Deus ajuda a quem cedo madruga”, já dizia o ensinamento popular. E, pelo visto, ele é levado a sério, segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha em dezembro de 2016, com 2.828 brasileiros maiores de 16 anos.
De acordo com o estudo, nove entre dez pessoas afirmam que a causa de seu sucesso financeiro vem de Deus, em primeiro lugar.
No topo do ranking estão os católicos e evangélicos, somando mais de 90%. Os não religiosos correspondem a 70% e, curiosamente, 23% dos que se declaram ateus também concordam com a afirmação.
Comparando por escolaridade e renda, os menos letrados e menos abonados são mais gratos a Deus pelas conquistas financeiras do que o grupo contrário. No entanto, dos graduados, 77% atribuem à divindade suas condições de vida.
A amostra foi realizada em 174 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A religiosidade do trabalho
Entre vários fatores, pode-se considerar que o resultado dessa pesquisa se vale da relação entre Deus e trabalho, constantemente abordada na Bíblia.
A começar por Gênesis, Deus foi o primeiro trabalhador do mundo, ao criá-lo. Não só o criou como também considerou que “tudo era muito bom”. Logo, o trabalho produtivo que gera êxito se tornou um reflexo da atividade de Deus, como afirma Papa Francisco.
“O trabalho nos plenifica de dignidade, nos torna semelhante a Deus, que trabalhou e trabalha sempre. Dá a capacidade de nos manter, manter nossa família e contribuir para o crescimento da nação”.
No Novo Testamento, entre muitas figuras, destaca-se a de São José Operário. O homem bom e justo, esposo de Maria, com quem “o próprio Jesus aprendeu o ofício de carpinteiro, dividindo com ele seus compromissos, esforços, satisfação e as dificuldades do dia-a-dia”, destacou Papa Francisco em 2013, na Festa de São José.
Também São Paulo Apóstolo ensina sobre trabalho em suas cartas às comunidades cristãs, como no trecho "Esforcem-se para ter uma vida tranquila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com
as próprias mãos, como nós os instruímos; a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam de ninguém”. (1 Tessalonicenses 4:11-12).
A busca por bons frutos
O que São Paulo, São José e o próprio Deus fizeram foi mostrar que o trabalho, apesar de ser uma necessidade muitas vezes árdua, se torna fonte de edificação para o homem quando este age com dignidade e faz boas obras, mantendo a criação divina.
Ao contrário do que acontece quando o caminho é desvirtuado, haja vista a atual situação do Brasil “perplexo diante de agentes públicos e privados que ignoram a ética e abrem mão dos princípios morais”, segundo nota oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.
Diante o difícil cenário, o episcopado encoraja a sociedade para “retomar o caminho da ética como condição indispensável para que o Brasil reconstrua seu tecido social”. E, assim, poder celebrar e agradecer ainda mais pelos frutos que serão colhidos com o suor de seu digno trabalho.
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