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  • Writer's pictureLandi Dantas

Salvar Almas

Updated: Aug 16, 2022

A palavra “coragem” aparece 360 vezes na bíblia sagrada. No final de 2019, a humanidade assistia estarrecida as notícias de uma peste que vinha do oriente que, de acordo com os primeiros relatos, fazia com que algumas das pessoas sufocassem até a morte e para a qual não se conhecia remédio comprovadamente eficaz. Vem a lembrança os primeiros alertas dos pseudo-especialistas, informando que não era necessário pânico, que os cuidados ao lavar as mãos, os alimentos e com a saúde de maneira geral seriam suficientes para nos proteger. Não demorou muito, passado o Carnaval de 2020, o que se viu foram os momentos mais pavorosos e alucinantes que os brasileiros conectados o tempo todo jamais pensaram em suportar. Lembramos com muita indignação do comunicado que foi afixado na Igreja, dizendo que a partir de um certo dia nem as cestas básicas que eram distribuídas para os mais carentes da comunidade poderiam ser entregues. As portas da paróquia foram fechadas por ordem das autoridades “terrenas” constituídas e daquele momento em diante, importava, em nome da ciência, salvar vidas. A tal da Ciência era repetida à exaustão para justificar o isolamento e o fique em casa. Ver artistas se embriagarem ao limite virou a diversão de milhões de pessoas que tinham condições financeiras para tal, os demais ficaram apinhados nos ônibus, entregando comida fast food, trabalhando nos mercados, enfim, sofreram as consequências na pele. Como sempre, os pequenos empresários, comerciantes e profissionais liberais foram punidos. Fecha tudo! Passar fome com os filhos não era um problema, o lema dos seres supremos mandatários era salvar vidas. Salvar almas? Para que? Para os mais jovens fica a mensagem de que no momento em que os bancos levaram prejuízos com planos econômicos, os pequenos empresários foram chamados para pagar a conta vários anos depois.

Vem na lembrança o padre amigo que, sob o risco de ser preso, se negou a deixar o rebanho abandonado e na Páscoa de 2020 se escondia, usando máscara e carregando um frasquinho de álcool em gel, em baixo de uma árvore em uma praça próxima à igreja para confessar os fiéis que insistiam em confiar mais na providência divina do que nos experimentos científicos feitos de afogadilho.

Quantos empresários quebraram? Quantos tiraram a própria vida? Quantos estão hoje morando nas ruas deste país? Quantos perderam a fé em Deus? No desespero das dívidas, tudo cai na escuridão.

Muitas vezes foi repetida a imagem do Papa Francisco solitário na Praça de São Pedro, nos lembrando o que o próprio Jesus nos dizia: “Coragem, sou eu”. Todos olhando para a praça vazia. A nós, pequenos empresários cristãos, nos interessava a imagem daquele crucifixo ao lado do Papa, o mesmo que 500 anos antes, durante a peste negra, foi levado por centenas de moradores de Paris em procissão. Nossa vida não nos pertence. Muitos perdemos amigos queridos e parentes para a peste do oriente, a saudade ficará nas lembranças. Mas há uma geração inteira que não perdeu a vida, perdeu algo muito mais precioso: a fé. Para quem está neste caminho, sentir que está em algum momento sufocando num mar de desespero poderá ser ainda pior que os sintomas da peste. Coragem, é Jesus quem nos orienta, voltemos para Deus. Lembremo-nos daqueles que fecharam as portas das Igrejas e abriram mercados e bancos, não nos esqueçamos de seus nomes, muitos sabiam exatamente o que faziam. A verdade sempre aparecerá.


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