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  • O que a Virgem Maria faz na história do Islamismo?

    A relação histórica entre cristãos e muçulmanos e a busca pela paz Espantosa. Essa é a reação da maioria das pessoas que tomam conhecimento sobre um afetuoso sentimento que os muçulmanos nutrem por Nossa Senhora. É isso mesmo! O Islamismo, religião predominante no Oriente Médio, diverge quase que integralmente do Cristianismo, exceto pelo respeito à Mãe de Jesus. No Alcorão, livro sagrado do Islã, Maria é a única mulher citada e exaltada em um capítulo inteiro (Sura 19, intitulada “Maryam”). “Para os muçulmanos, não há uma mulher perfeita se não Maria”, afirma Padre Aquilino Castillo Alvarez, do Convento Franciscano de Harissa, no Líbano. Padre Aquilino, do Santuário Nossa Senhora do Líbano, é testemunha de uma realidade pouco conhecida e, no mínimo, intrigante: cristãos e muçulmanos dividem o mesmo espaço em veneração à Virgem Maria. “Todos os dias, entre 10 e 15 ônibus de visitantes muçulmanos chegam de muitos países do Oriente Médio”, completa o padre. Devido a isso, o Líbano decretou o feriado nacional de 25 de março. Uma festa islamo-cristã que acontece desde 2010, consagrado à Anunciação da Virgem Maria. A religião islâmica É bem verdade que as menções à Maria no Alcorão são muito devotas e piedosas. No entanto, é preciso olhar com cautela para essa relação, uma vez que as duas crenças não convergem entre si. Mas, ainda assim, é considerada por muitos estudiosos como uma porta de entrada para o diálogo inter-religioso. Segundo o Alcorão, Maria foi concebida sem pecado e livre de todas as máculas. Desde a infância, foi criada pelo tio e cercada de privilégios celestes. Ficou grávida por ordem de Deus e seu Filho Jesus, considerado um grande profeta, nasceu já falando desde o berço. Apesar da orientação dada pelo livro sagrado, a devoção a Nossa Senhora é mais praticada, na realidade, pelo Islamismo popular (aquele das mães, das famílias e dos muçulmanos menos praticantes), do que pelos sheiks árabes e aqueles que desempenham papel no Islã formal. O Islamismo, por sua vez, teve seu início com o profeta Maomé (Mohammad), no século VII, com influências do Cristianismo, do Judaísmo e de costumes da Arábia. A tradição islã diz que Maomé foi o último dos profetas na Terra, escolhido para receber as verdadeiras interpretações sobre as Escrituras, uma vez que as outras duas religiões teriam distorcido as revelações de Deus. Interpretações essas que, aos olhos cristãos, são heréticas e condenadas pela Igreja. Entre elas, a negação da Divindade de Jesus, de Sua morte na cruz, da Santíssima Trindade e a afirmação de que Deus é único, não é Pai e não tem Filho. O olhar da história Padre Alessandro Carvalho de Faria, pároco da Paróquia São Francisco e Santo Estevão, localizada no Campo Limpo, é formado em Ciências Sociais e Cultura Árabe pela Universidade de São Paulo e faz uma análise, a título pessoal, sobre o contexto mundial pós-islâmico. O primeiro grande problema apontado pelo padre é a falta de unidade na religião. No Islã, não existe autoridade comum ou doutrina uniforme. Existem inúmeras comunidades que vão praticar sua fé de modos diferentes, baseados na ideia de submissão, que é a essência do Islamismo. “Para eles, tudo vale em nome da obediência a Deus. Então, como distinguir quem é radical ou moderado? A falta de liderança orgânica nos deixa sem saber como se posicionar”, analisa o estudioso que se considera mais conservador do que a própria Igreja. A segunda questão é a rápida expansão do Islamismo ao redor do mundo, que acontecia por meio da Jihād (guerra santa) – ideia extremista de conversão mediante o uso da força de armas. “Quando eles ganhavam uma batalha, os moradores daquela localidade precisavam escolher entre se tornar muçulmanos; continuar com sua religião, mas pagar imposto sobre isso; ou deixar a sua terra, caso contrário, seriam mortos”, explica Padre Alessandro. Essa prática muçulmana mudou a distribuição populacional dos países desde o século VII, tendo seu ápice no século XX. Grandes guerras resultaram em invasões de território, redução de nações, expulsão de povos, imigração do Oriente Médio e do Norte da África para outros continentes, entre outras consequências. Portanto, segundo o padre, “a convivência não é e nunca foi fácil, pelo contrário, raros foram os períodos de paz. A intenção de um feriado é muito bonita, mas não é o que vai resolver o problema”. Sobre a proximidade de cristãos e muçulmanos pela fé em Nossa Senhora, Padre Alessandro é muito enfático. Para ele é irrelevante, já que as grandes autoridades não a praticam, mas a condenam. Haja vista quando há conflitos no Oriente e as regras de civilidade se rompem, dando início a uma série de profanações nas Igrejas. A busca pelo diálogo É certo que, a princípio, todo esse contexto histórico afasta qualquer possibilidade de harmonia entre Cristianismo e Islamismo. No entanto, é possível ver alguns esforços que despontam em busca de paz, como o feriado islamo-cristão no Líbano; os templos marianos que recebem as duas religiões e a abertura para o diálogo inter-religioso proposto pelo Concílio Vaticano II. Segundo o Concílio, os muçulmanos devem ser olhados com carinho pelos cristãos, uma vez que eles participam da mesma promessa feita a Abraão na grande descendência mencionada em Gênesis, no Antigo Testamento. Contudo, Padre Alessandro ressalta: “O que nos une não é suficiente para conversar com os radicais. Não os convenceu a baixar as armas. Então, até que ponto isso é algo positivo ou razoável?”. Já Papa Francisco, que desde o início de seu Pontificado tem se esforçado para ampliar este diálogo com o povo muçulmano, afirma que só com o respeito recíproco se chega a uma amizade sincera e duradoura. Imagens: www.aleteia.org www.ohmyindia.com www.mts.org.br www.religiao.culturamix.com

  • Profissionais se colocam a serviço da solidariedade

    São diversos talentos, em diversas áreas, agindo pelo mesmo bem Atendimento de qualidade por um preço que cabe no bolso. Essa é a proposta do “Projeto Integra-Ação” que, desde 2015, vem movimentando a vida de muitas pessoas do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. Confeitaria, Salgados, Dança de Salão, Ballet, Pilates, Zumba, Libras, Instrumentos Musicais e Psicoterapia são algumas das ações promovidas por uma equipe movida pelo sonho do padre Francisco Glenio de Almeida, pároco da Paróquia São José Operário, localizada no distrito. Tudo começou em 2014, quando o consultor de empresas Marcelo Galvão apresentou ao padre, seu amigo, um grupo de estudantes em Podiatria Clínica (especialistas na prevenção e cuidado dos pés) que estava em busca de um espaço para fazer caridade. O pároco logo indicou a Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus, integrante da paróquia. Além da podiatria, Beatriz Yamada, coordenadora do grupo, ainda se ofereceu para atender pessoas em terapia, já que também é psicóloga. “Sempre quis ter um espaço para encaminhar o povo à Psicoterapia, porque sei que esse atendimento não é barato”, explicou o padre que faz terapia há 10 anos e é estudante da área. Os atendimentos começaram e, um ano depois, em um curso de pós-graduação em Psicoterapia Psicanalítica, padre Glenio e Marcelo tiveram uma grande oportunidade: precisavam de um espaço para clinicar e concluir a supervisão do curso. Sem pensar duas vezes, o pároco da São José logo ofereceu a demanda que já existia na paróquia. Do sonho à realidade “Fui convidando amigos e, quando vimos, já tínhamos um grupo de 12 psicoterapeutas atendendo, além da turma da Beatriz”, contou o padre com empolgação. Marcelo, hoje um dos diretores do projeto, conta que a iniciativa foi oficializada por sugestão de uma supervisora do curso, que achou a ideia muito interessante. “Então, agora o nosso projeto tem nome, diretrizes e metas”, acrescentou. O objetivo do projeto é movimentar o ser humano (independente da religião) para que ele se reconheça, se sinta integrado e capaz de realizações, daí o nome “Integra-Ação”, com as mãos se doando. Junto do objetivo está o pressuposto do projeto: “nada é feito de graça, mas a cobrança é negociável, de acordo com o que o participante pode pagar”, assim ele percebe a seriedade e se compromete. Desse valor pago, 10% são direcionados para a manutenção do projeto e o restante cobre gastos de aluguel de sala ou equivale ao salário do profissional. “Eles prestam um serviço quase que de graça. Os psiquiatras, por exemplo, Dra. Dora Landa e Dr. Mayer Snitcovsky, da Sociedade Brasileira de Psicanálise, não cobram nem 10% do valor que cobrariam no consultório deles”, garantiu padre Glenio. Ampliação do projeto Além da clínica psicoterápica, há a clínica médica, que conta com profissionais que se ofereceram ou foram indicados por amigos. E padre Glenio ainda criou uma terceira parte, que é o desenvolvimento pessoal por meio das oficinas. Segundo ele, seus paroquianos têm muitos dons que podem colocar a serviço da comunidade. Assim aconteceu com Thais da Cruz Sampaio, de 24 anos. Ela é confeiteira e se sentiu desafiada a dar aulas, criando a primeira oficina do projeto: Confeitaria. “Foi emocionante ensinar pessoas. Estou aprendendo muito e é fascinante”, afirmou a jovem que já atendeu 50 pessoas, entre turmas de adulto e criança. Uma de suas alunas, Maria Aparecida de Souza, de 52 anos, agradece a oportunidade: “Sou cozinheira e sentia necessidade de aprender sobre doces. O curso foi ótimo e aconselho quem puder a fazer”, ela que participou com a filha e depois inscreveu o filho mais novo na turma dos pequenos. Foi o caso também do músico multi-instrumentista Luiz Ricardo da Silva, de 29 anos. Luizinho, como é conhecido, se ofereceu para retribuir o que, um dia, um maestro voluntário fez por ele. “As aulas têm proporcionado diversas descobertas de talentos musicais”, se orgulha o oficineiro que já ensinou cerca de 40 pessoas. Seu aluno Samuel Aguiar Passos, de 13 anos, ama bateria e participa das aulas há quase um ano. “Tudo o que eu sei hoje aprendi com meu professor, que ensina muito bem”, afirmou o estudante que já toca em algumas missas e pretende se formar em Música. Colhendo bons frutos Nesse um ano e meio de “Integra-Ação”, a clínica psicoterápica, sob direção de Miriam Rebelo, já atendeu mais de 100 pacientes e, atualmente, 70 encontram-se ativos. São cinco supervisores para um grupo de 30 terapeutas que recebem jovens e adultos em todas as regiões de São Paulo, com proposta de alcance até Santos, no litoral. Marcelo Galvão é o diretor da clínica médica, que conta com dois psiquiatras, um fisioterapeuta, uma nutricionista e uma dentista que está contribuindo para a montagem do consultório dentário do projeto. A área de desenvolvimento pessoal, que inclui oficinas e orientação para casais, é dirigida por padre Francisco Glenio. Atualmente, oito pessoas oferecem atividades nas áreas de linguagem, culinária, dança, música e aeróbica. O projeto ainda promove encontros e ações pontuais com a função de “plantar a sementinha” sobre determinados assuntos, como educação infantil, orientação profissional e relacionamentos. Pelo sucesso da iniciativa e com tantos resultados positivos, agora o sonho dos diretores é transformar o projeto em uma organização não governamental (ONG), para atingir muito mais pessoas. Para conhecer mais sobre o “Integra-Ação”, visite o blog do projeto (http://projetointegraacao.blogspot.com.br/). Lá, se encontram as regras para ser beneficiado e para atuar na equipe, além da relação de atividades e profissionais envolvidos. O Movimento Empresário Cristão apoia essa iniciativa e deseja que ela seja inspiração para o desenvolvimento de muitas outras comunidades. Parabéns, Integra-Ação!

  • Manifestações religiosas dão aula de política

    Enquanto militantes entram em conflito de ideais, cristãos praticam a boa vizinhança Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado uma intensa disputa política que, notoriamente, divide a população. Corrupção, mentiras e abusos de poder de todos os lados atingem os brasileiros de tal forma ao ponto de se afastarem uns dos outros. Denominações como coxinhas versus mortadelas, direita versus esquerda e “nós” contra “eles” ilustram perfeitamente o cenário atual brasileiro, de separação de classes, ideais e atitudes. A situação chegou ao ponto, inclusive, de ter espaços públicos isolados em dias de manifestação política na intenção de evitar choque entre militantes, como já aconteceu na Praça dos Três Poderes, em Brasília e como acontece na Avenida Paulista, em São Paulo. No entanto, esse contexto social é verdade absoluta? O que fazem é, de fato, política? Ao mesmo tempo em que o cenário corrupto divide as pessoas, em nome de Jesus Cristo elas mesmas se unem, independente se a cor de suas camisetas é vermelha ou amarela. E isso também é política! Entre os vários significados da palavra, política é a arte de negociação para compatibilizar interesses. O termo grego “politiká” é uma derivação de “polis”, que designa aquilo que é público. Sendo assim, o que seria o dia de Corpus Christi, quando também acontece a Marcha para Jesus, senão um verdadeiro ato político? Dois eventos distintos, o primeiro sendo uma celebração católica e o segundo uma manifestação evangélica, mas ambos reunindo milhões de pessoas que saem pelas ruas da cidade (espaço público) proclamando ao mundo sua fé (igualdade de interesses). Em um dia como esse, quando o natural seria ver um embate religioso com cada qual brigando por espaço e pelo que considera verdade – na interpretação da política suja feita no Brasil –, o que se vê são pessoas exercendo seu papel de cidadãos, sem qualquer ocorrência registrada. A professora Marcia Alice Dantas, de 46 anos, frequenta a Igreja Apostólica Renascer em Cristo, de Alphaville e já participou três vezes da confecção dos tradicionais tapetes de Corpus Christi.“ Independente da religião, o importante é ser temente a Deus. Se o ambiente é saudável e se tem o objetivo levar a palavra de Deus ao próximo, eu gosto e acho favorável. ” O mesmo deveria acontecer na política, segundo Marcia: “É uma ignorância se unir para levantar a bandeira de Cristo e depois se separar por brigas sem fundamento. Eu não preciso concordar com o outro, mas posso ouvi-lo e respeitá-lo. Essa troca deve ser produtiva, não agressiva”. O outro lado da história também acontece. A jovem Maria de Fátima Bonani, de 23 anos, frequenta a Paróquia São Sebastião, no Campo Limpo e conta que já participou do evento evangélico em 2015. “Foi uma experiência muito boa, pois fui muito bem acolhida por todos, mesmo não sendo da mesma religião”. Para ela, ser católica não foi um problema, já que “tinha consciência de que a causa da caminhada era voltada totalmente para o único que deu a vida por nós, Jesus Cristo”. Estes e outros tantos depoimentos são exemplos de como a verdade e o respeito mútuo, como Jesus ensina, são bases para o exercício de uma legítima política, capaz de transformar a pluralidade em unidade, sem ferir o idealismo de ninguém. Quando toda a sociedade tiver essa consciência, as vozes que gritam por justiça serão uma só. Afinal, todos estão em busca do mesmo propósito: paz para o Brasil.

  • Qual é o papel da Cruz nos ambientes judiciários?

    O embate social sobre a utilização do símbolo cristão em um Estado laico Há quem defenda que o Brasil ainda não alcançou o pleno estado de laicidade, expresso pela Constituição Federal de 1988, que garante a liberdade de crença e a separação entre Estado e religião. Entre outras razões, está o fato de Tribunais de Justiça, Fóruns e outros órgãos públicos ostentarem crucifixos em lugar de destaque, caracterizando uma possível parcialidade religiosa nesses espaços. Para os defensores do símbolo, ele representa a cultura e a tradição brasileira, além de ser uma figura ética, antes que religiosa, e designa outros significados como proteção, perseverança, regeneração. ‘’Em se tratando dos Tribunais, simboliza um alerta aos julgadores para que sejam responsáveis no exercício de suas funções e, também, evitem erros e abusos judiciais, tal como ocorreu com Jesus Cristo em julgamento presidido por Poncio Pilatos há quase dois mil anos”, explica o professor da Faculdade de Direito da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), José Carlos Garcia de Freitas. Fato histórico que já foi utilizado, inclusive, como argumento de defesa em julgamentos. O mais recente deles aconteceu no último dia 09 de junho, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal, Napoleão Nunes Maia, manifestou-se contra a cassação da chapa Dilma/Temer. Para os que se manifestam contra o tema, a manutenção de símbolos católicos em repartições públicas é uma forma de preconceito e discriminação contra os que não comungam desta fé. O engenheiro civil Daniel Sottomaior, criador da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA), expressa: “Se existe símbolo da religião de uns, mas não da religião de outros, nem da ausência de religião, então não há igualdade. Uma sociedade fraterna deve reconhecer que os indivíduos têm os mesmos direitos independentemente de serem minoria ou maioria”. A cruz no contexto brasileiro César Alberto Ranquetat Júnior, doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, resgatou o uso de crucifixos desde a descoberta do Brasil, quando um dos primeiros atos que o colonizador português efetuou após desembarcar por estas terras foi a realização de uma missa. Na ocasião, foi afixada uma cruz na areia de Porto Seguro, litoral sul da Bahia, dando nome ao país de Ilha de Vera Cruz, posteriormente chamada Terra de Santa Cruz. “Desta forma, mais que uma religião, o catolicismo no Brasil seria, desde os primórdios, um traço incontornável de nossa sociedade”, completa Júnior. Pelos mais de 500 anos que se seguiu, o crucifixo permaneceu como parte integrante dos principais símbolos do Brasil, como registra o advogado Adriano José Borges Silva, em seu artigo “Crucifixos nos Tribunais e Valores Republicanos”, publicado na Revista Jus Navigandi, em 2012. A começar pelo escudo heráldico das Armas Nacionais da República, o elemento central é uma cruz, denotada na representação da constelação do Cruzeiro do Sul, também presente na Bandeira Nacional. O ‘cruzeiro’ ainda é citado no Hino Nacional e utilizado para nomear a moeda econômica do país em diversos tempos. Silva também cita a presença da cruz em condecorações das Forças Armadas, como a Ordem do Mérito da Defesa, recebida sem contestação de (in) constitucionalidade por inúmeros ministros do Supremo Tribunal Federal e de outros Tribunais Superiores. “Vê-se, assim, que a cruz, o crucifixo, o cruzeiro, são elementos simbólicos arraigados na história e na cultura brasileira, significativos de valores morais supra religiosos, que não podem e não devem ser desprezados, evitados ou escondidos”, conclui o advogado. Questão mal resolvida A permanência ou retirada dos crucifixos nos ambientes públicos é um tema que sempre volta à tona, mas ainda está longe de ser definido. A importância do símbolo mencionada por muitos profissionais não convence o grupo que considera este um ato inconstitucional, uma vez que demais símbolos de outras religiões (africanas, protestantes, budistas) também são e foram importantes na formação cultural brasileira, merecendo igualmente, nesta interpretação, que seus símbolos também se façam presentes. Enquanto que os ‘a favor’, dizem que a retirada de símbolos religiosos sob o argumento de ser o Estado laico, seria necessário, também, extinguir feriados nacionais religiosos, abolir símbolos nacionais, modificar nomes de cidades e até alterar o preâmbulo da Constituição Federal. Os motivos são muitos, dos dois lados. E, a maioria deles, pertinentes e importantes para a construção de um consenso. No entanto, o Movimento Empresário Cristão concorda com a afirmação do conselheiro Oscar Argollo, do Conselho Nacional de Justiça, não se pode esquecer que “o crucifixo é um símbolo que homenageia princípios éticos e representa essencialmente a paz. Afinal, a luta pelo Direito é o meio para alcançar a Paz”. Imagens: epocanegocios.globo.com saocarlos.sp.gov.br tjpb.jus.br

  • Diferentes histórias, algo em comum: a fé, o amor e a perseverança

    Os laços que unem Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Aparecida, no ano em que se comemoram suas aparições Em um ano repleto de comemorações, por ocasião dos 100 anos das aparições em Fátima e pelos 300 anos da “pesca milagrosa” em Aparecida, surge uma curiosidade: o que pastorinhos e pescadores tiveram em comum? Além do fato de estarem reunidos em três, há uma grande virtude: a perseverança na fé que, dada as devidas diferenças, fez com que eles mudassem o rumo de suas vidas e se tornassem porta-vozes de Nossa Senhora para o mundo. Surgida das águas do rio Paraíba do Sul em 1717, no interior de São Paulo, aquela imagem trouxe - antes de tudo - alívio a João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia. Eles foram encarregados pela Câmara Municipal de conseguir peixes para um banquete que a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá iria oferecer a Dom Pedro de Almeida e Portugal, o então governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, que visitava a região. O que poucos sabem é que não era temporada de peixes. O que aconteceria com aqueles homens se chegassem de mãos vazias? Sabendo das represálias que poderiam sofrer, pediram a intercessão de Nossa Senhora e, nesse momento, o milagre aconteceu. Para além desse fato, o que mais a imagem milagrosa trouxe? No contexto histórico, o Brasil vivia tempos difíceis de dominação dos portugueses e de escravidão. A Virgem Maria apareceu de um jeito único, enegrecido, mostrando que Deus não faz distinção, despertando a fé daquele povo sofrido. Quanto aos pastorinhos, a história foi ainda mais intrigante. Em 13 de maio de 1917, as três crianças – sendo dois irmãos, Jacinta Marto (7 anos) e Francisco Marto (9 anos) e sua prima Lúcia do Santos (10 anos) – cuidavam do pastoreio após retornarem da missa em uma localidade de Fátima, Portugal. Foi então que, ao se dirigirem ao alto da Cova da Iria, tiveram a primeira visão de Nossa Senhora. A Mãe de Deus apareceu após um clarão, que se assemelhava a um relâmpago. O pedido aos pastorinhos era que eles retornassem por seis meses ao mesmo lugar, sempre no dia 13, e que rezassem o terço pela conversão dos pecadores. As aparições aconteceram mais cinco vezes naquele ano e, em cada uma delas, o número de fiéis aumentava e Nossa Senhora alertava sobre a necessidade da paz e da devoção ao Seu Imaculado Coração. Em julho, ela fez o anúncio do Segredo de Fátima às crianças. O Segredo era dividido em três partes, o que se descobriu anos depois. Tratava desde a imagem do inferno ao anúncio de guerras e castigos, além da visão de mártires da Igreja Católica, identificado como anúncio do atentado que São João Paulo II sofreu também em 13 de maio, no ano de 1981. Os acontecimentos recentes na cidade não agradaram ao Administrador da Vila Nova de Ourém, que mandou aviso aos pais dos pastorinhos para que as crianças se apresentassem às autoridades. O objetivo era descobrir o Segredo, que apenas as crianças sabiam. Ameaças, interrogatório e três dias de prisão não diminuíram a fé e determinação dos pastorinhos, que não contaram qual era o segredo. A última aparição aconteceu em 13 de outubro, quando o “Milagre do Sol” aconteceu, para que a população acreditasse nas mensagens que haviam sido transmitidas. Três pescadores e três pequenos pastores, de países e épocas distintas, estão entrelaçados em representação do amor, da fé e da perseverança a Nossa Senhora. “Como é importante para nós aprendermos de Maria! Em meio às dificuldades da vida, às dores e angústias, ver além e ter um olhar de fé", ensina Papa Francisco. A canonização das crianças e a visita do Papa A celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima ficou marcada, também, por outros dois motivos: a visita do Papa Francisco à cidade portuguesa e a canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco. O milagre que levou à canonização foi a cura do brasileiro Lucas, um menino do Paraná, que caiu de uma janela de mais de seis metros de altura, quando tinha cinco anos. A recuperação de Lucas após um traumatismo craniano foi considerada um milagre e, conforme relato do pai, a família rezou pela recuperação do menino pedindo a intercessão de Nossa Senhora de Fátima, de quem são devotos, e dos irmãos pastorinhos, que haviam falecido ainda crianças, vítimas da febre espanhola. A emoção tomou conta da cidade durante a visita, desde o desembarque do Papa, em 12 de maio, quando milhares de pessoas o acompanharam, até a celebração da canonização, que aconteceu no dia 13. “Tantas pessoas unirem-se em volta do mesmo sentimento faz com que o sacrifício de uma longa caminhada seja recompensado. Tudo é visível no rosto emocionado das pessoas”, afirmou a portuguesa Maria Inês Leal (18 anos). “Não se consegue explicar o que se sente. É simplesmente mágico.”, completou. Maria Inês mora no distrito de Leiria, bem próximo de Fátima e relata que o centenário das aparições tem um significado maior aliando-se à canonização dos pastorinhos. “A vinda do Papa Francisco veio completar tudo. Até mesmo quem não é católico pode perceber algo diferente”, enfatizou. Padre Elinaldo Ferreira de Oliveira, da Paróquia São Benedito, na Vila Sônia, bairro da zona oeste de São Paulo, também esteve na comemoração e relembrou os momentos do Papa: seu profundo silêncio na capelinha da Cova da Iria e a ternura com que se colocou nesse momento, atualizando a mensagem contada em Fátima. Confira alguns trechos da entrevista entre a equipe do Empresário Cristão e o pároco. EC: Como a população em Fátima reagiu às festividades? Pe. E: A população de Fátima, como todo o povo português, peregrinos de tantas nações que ali ocorreram, creio que viram um tempo de graça. Deu para sentir como o centenário foi muito bem preparado, com várias iniciativas. EC: Os três pastorzinhos foram perseguidos, presos e chamados de mentirosos. Isso não é uma forma de martírio, já que eles eram apenas crianças? Pe. E: A Igreja foi sempre prudente no tocante às aparições e aos fenômenos religiosos. É muito bom, pois ajuda e muito no processo de discernimento para atestar e reconhecer tais fenômenos. Então, não só nos pastorinhos de Fátima, mas em todas as aparições marianas reconhecidas oficialmente, creio que o fator ‘sofrimento’ acaba diretamente fazendo parte do processo. Eram crianças, camponeses, pobres, iletrados. Como disse Papa Francisco, “eles são santos pelo testemunho da fé e fidelidade à mensagem dirigida através deles: Francisco, Jacinta e Lucia”. EC: E, mesmo assim, eles permaneceram firmes em seus testemunhos, a ponto de se tornarem os santos mais jovens. O que isso representa para igreja e para o mundo? Pe. E:Significa que Deus é simples. Sua mensagem se dirige aos pequenos, pobres e fracos. Vede o Magnificat! EC: Há relação entre a história de aparição de Nossa Senhora de Fátima com Nossa Senhora Aparecida? Pe. E: É sempre Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe. Como afirmou Beato Paulo VI, “o rosto materno de Deus”. Em Aparecida, para dizer que o Pai nos quer amado, quer a vida plena em abundância para todos. Em Fátima, apelo de paz, de conversão e comprometimento, escuta e vivência do Evangelho. EC: Como o senhor vê o milagre depositado a Francisco e Jacinta vir de uma criança do Brasil, levando em consideração a relação histórica entre Brasil e Portugal? Pe. E: História de Brasil e Portugal – explorados e exploradores. Um caminho percorrido por libertação. É o reconhecimento de que nenhum povo deve subjugar-se ao outro. É como disse Papa Francisco: “crianças pequenas com a força revolucionária do amor e intercessão de Maria. Temos mãe!”. EC: Será que, pelos pescadores não terem sofrido as mesmas perseguições pelas quais passaram os pastorzinhos, a aceitação da devoção à Nossa Senhora tenha sido mais fácil no Brasil? Pe. E: No Brasil império, escravidão, a imagem encontrada permaneceu muito tempo com os pescadores, entre os simples. A Igreja, instituição, entra bem depois reconhecendo e acolhendo a mensagem de Aparecida. EC: O que Nossa Senhora Aparecida representa para o Brasil? Pe. E: Nossa Senhora, a imagem negra encontrada nas águas do Rio Paraíba do Sul, é expressão forte da presença de Jesus, como lá nas Bodas de Caná. A hora de Jesus chegou, a vida é sagrada, fartura dos bens para todos! EC: Qual é a expectativa do clero para comemoração dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida? Pe. E: Não só a hierarquia, mas todo o povo católico já está vivenciando o ano jubilar. Exemplo: em todas as Dioceses brasileiras, a réplica de Nossa Senhora tem percorrido diferentes regiões do país. E colhendo os frutos dessa peregrinação. EC: O senhor acompanha se ainda há possibilidades de o Papa participar das comemorações? Ele havia prometido na ocasião de sua visita à Basílica. Pe. E: Todos sabem como Papa Francisco é um grande peregrino e nos anima a ser uma igreja em estado permanente de missão, indo às periferias geográficas e existenciais da humanidade anunciar a misericórdia, a compaixão. Ele pede e dá o exemplo. Sua agenda é apertada, a idade vai chegando, sua saúde é frágil. Porém, esse homem é um gigante. Compreendo que ficará para outro momento o retorno dele por aqui. Uma vez que, como arcebispo de Buenos Aires e grande colaborador, esteve na Conferência de Aparecida. E já como Pontífice, sua primeira Viagem Apostólica Missionária foi ao Brasil e se fez presente em Aparecida. Logo, deixemos o Papa caminhar e levar a todos a alegria do Evangelho. EC: O que significa arriscar tudo em nome da fé? Pe. E: Apostar tudo naquele que é fiel e como o apóstolo São Paulo, poder afirmar “Sei em quem coloquei minha confiança. Tudo posso naquele que me fortalece!”. Referências: “História dos Três Pastorinhos”. Pe. Januário dos Santos. Editorial Missões Cucujães – 2000. http://observador.pt/especiais/pastorinhos-de-fatima-estava-de-olho-neste-milagre-ha-quatro-anos/ https://pt.aleteia.org/2016/09/15/na-integra-as-tres-partes-do-segredo-de-fatima-e-uma-interpretacao/ http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/apos-canonizacao-dos-pastorinhos-de-fatima-menino-lucas-retorna-ao-brasil.ghtml Imagens: Arquidiocese de São Paulo; Redação A12; Felipe Dana/AP; O Anunciador; Fátima Arautos; Blog Canção Nova; José Sena Goulão/Reuters

  • A importância da vinda do Papa Francisco ao Brasil

    O Movimento Empresário Cristão, a partir de uma carta aberta, foi o primeiro a pedir que o Papa Francisco reconsidere a decisão de não visitar o Brasil este ano, nas celebrações dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida. Mas não fomos os únicos. Em recente coluna publicada no El País, fica clara a defesa de como é importante a vinda do Papa - e não apenas aos católicos, como fica claro no texto - seja esta uma decisão pessoal do Pontífice ou da Cúria Romana. Mesmo com a situação política brasileira e o momento delicado do país, a defesa é que este seria justamente o melhor momento para que o Papa confortasse os brasileiros, principalmente os que mais sofrem. Transcrevemos a seguir a coluna na íntegra, e para acessar a carta do Empresário Cristão, é possível já neste link direto: https://www.empresariocristao.org/single-post/2016/10/02/Carta-aberta-ao-Papa-Francisco-um-pedido-dos-devotos-de-Nossa-Senhora-Aparecida Coluna El País Por Juan Arias - 20/04/2017 Nossa Senhora da Aparecida celebrará seu 300º aniversário sem o papa Francisco O Papa disse aos peregrinos em Roma que o povo brasileiro passa por um "momento triste". A não ser que tenhamos uma surpresa no final, o papa Francisco não viajará este ano ao Brasil para celebrar com os católicos os 300 anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora da Aparecida, devoção compartilhada pela grande maioria dos brasileiros, inclusive os agnósticos. Nossa Senhora Aparecida é vista como uma espécie de para-raios protetor do Brasil. Ao visitar o país pela primeira vez em 2013 e rezar no santuário de Aparecida, o papa Francisco demonstrou o desejo de voltar este ano para dirigir as comemorações dos 300 anos. Depois revelou aos bispos brasileiros que não poderia vir – e assim anunciou dias atrás numa carta ao presidente Michel Temer. O Papa disse aos peregrinos em Roma que o povo brasileiro passa por um “momento triste”. Apesar disso, preferiu desistir de sua promessa de voltar ao Brasil em 2017. Sem dúvida, o papa Francisco, que realiza uma renovação da Igreja com pulso firme para voltar às origens do cristianismo primitivo, deve ter tido um motivo grave para desistir de sua visita ao país com o maior número de católicos do mundo, onde 90% da população é cristã, e numa data tão significativa para a piedade popular. Isso não descarta a proposição de alguns interrogantes. Seria preciso saber se a decisão foi pessoal de Francisco ou da Cúria Romana, de sua diplomacia, e se nela pesaram os motivos políticos. Pelo que conhecemos do Papa, sua alma está com os mais pobres e seu coração vibra com a justiça social, o que algumas vezes lhe valeu a acusação de seu um Papa “de esquerda”. Não há dúvida de que, em suas conversas, entrevistas e documentos papais, ele cita mais os evangelhos que os textos teológicos. Dos sete Papas que conheci, este é o que melhor sintoniza com o Jesus odiado pelo poder. Segundo informações da imprensa brasileira, Francisco teria desistido de sua promessa de vir a Aparecida porque o país atravessa “um momento político delicado”. Se for isso mesmo, teria prevalecido o interesse da diplomacia do Vaticano frente à liberdade do evangelho. Fiz muitas viagens ao redor do mundo com Paulo VI e João Paulo II, e me lembro de ter visitado países que viviam momentos políticos mil vezes mais graves que os enfrentados pelo Brasil. Aterrissamos em nações de ferrenhas ditaduras, de direita e de esquerda. O Brasil, com todas as suas dificuldades, vive num Estado democrático e luta contra a corrupção política, uma luta invejada por outros países. Quando Francisco veio ao Brasil em 2013, o momento político não era melhor que o atual. Começavam as manifestações populares, e o país estava em plena ebulição política. Francisco falou sem medo e até incentivou os jovens a participarem dos protestos contra o Governo Dilma. O Brasil vive sem dúvida um momento delicado que afeta fiéis e ateus. A sociedade está atônita com a descoberta da corrupção político-empresarial que tem vindo à tona. E é uma sociedade dividida. Portanto, não seria talvez o melhor momento para que Francisco, o Papa mais parecido com o profeta rebelde de Nazaré, viesse a fim de confortar os brasileiros e fazer um apelo para que superem as divisões e se unam na liberdade do evangelho, para dar vida a um país mais livre, democrático e justo? Francisco é um Papa que costuma ser ouvido não apenas pelos católicos, mas também pelos agnósticos. É um Papa de todos. Aqui, no Brasil, até os evangélicos o aplaudiram. E ele tomou café com alguns pastores. O ecumenismo é o oxigênio que Francisco respira. Se foi o Vaticano que o convenceu a desistir da atual vinda ao Brasil, seria a demonstração de que, no coração do posto de mando em Roma, continua ainda forte a visão de uma Igreja mais comprometida com o poder político que com as exigências de liberdade de espírito do cristianismo primitivo. Triste. Fonte: El País http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/20/opinion/1492709151_409124.html Imagem: Marivaldo Oliveira/Codigo19/Folhapress #papafrancisco #NossaSenhoraAparecida #Brasil

  • Trabalho e fé: uma combinação que dá certo!

    Brasileiros encontram em Deus a razão para suas conquistas financeiras “Deus ajuda a quem cedo madruga”, já dizia o ensinamento popular. E, pelo visto, ele é levado a sério, segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha em dezembro de 2016, com 2.828 brasileiros maiores de 16 anos. De acordo com o estudo, nove entre dez pessoas afirmam que a causa de seu sucesso financeiro vem de Deus, em primeiro lugar. No topo do ranking estão os católicos e evangélicos, somando mais de 90%. Os não religiosos correspondem a 70% e, curiosamente, 23% dos que se declaram ateus também concordam com a afirmação. Comparando por escolaridade e renda, os menos letrados e menos abonados são mais gratos a Deus pelas conquistas financeiras do que o grupo contrário. No entanto, dos graduados, 77% atribuem à divindade suas condições de vida. A amostra foi realizada em 174 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A religiosidade do trabalho Entre vários fatores, pode-se considerar que o resultado dessa pesquisa se vale da relação entre Deus e trabalho, constantemente abordada na Bíblia. A começar por Gênesis, Deus foi o primeiro trabalhador do mundo, ao criá-lo. Não só o criou como também considerou que “tudo era muito bom”. Logo, o trabalho produtivo que gera êxito se tornou um reflexo da atividade de Deus, como afirma Papa Francisco. “O trabalho nos plenifica de dignidade, nos torna semelhante a Deus, que trabalhou e trabalha sempre. Dá a capacidade de nos manter, manter nossa família e contribuir para o crescimento da nação”. No Novo Testamento, entre muitas figuras, destaca-se a de São José Operário. O homem bom e justo, esposo de Maria, com quem “o próprio Jesus aprendeu o ofício de carpinteiro, dividindo com ele seus compromissos, esforços, satisfação e as dificuldades do dia-a-dia”, destacou Papa Francisco em 2013, na Festa de São José. Também São Paulo Apóstolo ensina sobre trabalho em suas cartas às comunidades cristãs, como no trecho "Esforcem-se para ter uma vida tranquila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós os instruímos; a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam de ninguém”. (1 Tessalonicenses 4:11-12). A busca por bons frutos​ O que São Paulo, São José e o próprio Deus fizeram foi mostrar que o trabalho, apesar de ser uma necessidade muitas vezes árdua, se torna fonte de edificação para o homem quando este age com dignidade e faz boas obras, mantendo a criação divina. Ao contrário do que acontece quando o caminho é desvirtuado, haja vista a atual situação do Brasil “perplexo diante de agentes públicos e privados que ignoram a ética e abrem mão dos princípios morais”, segundo nota oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB. Diante o difícil cenário, o episcopado encoraja a sociedade para “retomar o caminho da ética como condição indispensável para que o Brasil reconstrua seu tecido social”. E, assim, poder celebrar e agradecer ainda mais pelos frutos que serão colhidos com o suor de seu digno trabalho. Imagens: www.portaldoservidor.go.gov.br www.rmesquita.com.br www.unicrio.org.br

  • Vida sacerdotal: quando os cuidadores precisam de cuidados

    Stress ocupacional pode comprometer a saúde mental de padres e religiosos Em novembro de 2016, num período de 15 dias, três padres se suicidaram em Corumbá (MS), Salvador (BA) e Contagem (MG). Esses fatos, que pareciam isolados, trouxeram à tona uma realidade pouco conhecida pela sociedade. Segundo pesquisa realizada em 2008 pelo Isma Brasil (International Stress Management Association), a vida sacerdotal é uma das profissões mais estressantes, superando posições como policial, executivo e motorista de ônibus. No entanto, é possível comparar o sacerdócio com profissões convencionais? Enquanto trabalhadores comuns encaram o trabalho como um importante fator social de construção de identidades, vínculos e status, sacerdotes ocupam-se em cumprir a missão de pastorear um povo. Em muitos casos, o tempo é dividido entre trabalhos pastorais, funções paroquiais e diocesanas, sem espaço para o descanso adequado. Além de tudo, “espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade", como afirma o psicólogo William Pereira, autor do livro Sofrimento Psíquico dos Presbíteros. Essas múltiplas funções e cobranças explicam o alto nível de stress a que estão submetidos os presbíteros que, não raramente, podem sofrer uma série de reações, entre elas psicológicas, que levam à ansiedade generalizada, insônia, esquizofrenia e depressão. A “doença da alma” Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a depressão afeta 4,4% da população mundial e 5,8% dos brasileiros. Desses, aproximadamente 35% cometem suicídio e é aí que mora o perigo. O comportamento suicida já se tornou um grave problema de saúde pública. Por isso, a OMS e a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio instituíram desde 2003 o “Dia Mundial da Prevenção do Suicídio”, celebrado em 10 de setembro. O “Setembro Amarelo”, como é conhecido, tem por objetivo a prevenção mediante adoção de estratégias governamentais. Frente ao suicídio, o que a Igreja diz? No Catecismo da Igreja Católica está escrito: “Cada um é responsável por sua vida diante de Deus [...] Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela” (CIC § 2280). Neste caso, os padres que cometeram suicídio foram condenados por Deus? Sobre isso, o documento esclarece: “[...] Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida” (CIC § 2283). Exemplo disso é o relato encontrado na biografia de São João Maria Vianney. Ao celebrar a missa, o santo notou uma senhora chorando no fundo a igreja, pelo seu marido que havia se suicidado. Ele foi ao encontro dela e disse-lhe: “Pare de chorar, seu marido se salvou, está no Purgatório”. Quando ela quis saber como, o santo respondeu: “Lembra-se que, no mês de maio, você rezava a Nossa Senhora e ele, de vez em quando, rezava com você? Por isso ele foi salvo. Nossa Senhora conseguiu para ele a graça do arrependimento no último instante de vida”. Valorizando a vida Padre Francisco Glenio de Almeida, pároco da Paróquia São José Operário, no Campo Limpo, é um exemplo de sacerdote que escolheu se prevenir para manter uma vida mais saudável, buscando auxílio na psicoterapia. Segundo ele, a terapia lhe ajudou a se reconhecer e a definir seus limites. “Costumo dizer que a psicoterapia me salvou de uma vida medíocre. Hoje tenho uma noção melhor de mim, consigo ser um padre melhor e consigo ajudar mais as pessoas”, declara o padre que se tornou psicoterapeuta e levou esse atendimento para a periferia de São Paulo. O que padre Glenio fez foi cuidar do corpo, da mente e do espírito. E este é o principal caminho para a prevenção da depressão, como orienta o psicólogo clínico Eduardo Augusto Galindo, que atende religiosos há 12 anos. “Ter uma percepção positiva de si mesmo, não se depreciar diante das dificuldades da vida e praticar atividades físicas, recreativas e culturais são fundamentais para manter uma saúde mental satisfatória”, explica. A comunidade religiosa também desempenha um papel importante quando motiva seu sacerdote a procurar ajuda profissional, ao perceber os sinais de que algo não está equilibrado, afirma Galindo, que é membro do Instituto Terapêutico Acolher (ITA), que acolhe padres e religiosos para o tratamento psicoterápico, em São Paulo. Atualmente, o instituto acompanha 185 pacientes de todo o Brasil, oferecendo psicoterapia de grupo ou individual, psicodiagnóstico, orientação espiritual e assessorias às Dioceses e Congregações. Para ser atendido, basta entrar em contato espontaneamente pelo telefone (11) 4371-0935 ou pelo site www.institutoacolher.org.br. “O suicídio não significa necessariamente uma negação da vida, mas apenas daquela vida que está sendo vivida, portanto ele não é um beco sem saída” (Maria Ester de Freitas, professora da FGV-EAESP).

  • Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

    Em apresentação, cantora Ana Carolina desabafa sobre a corrupção que assola nosso país No vídeo abaixo, a cantora Ana Carolina aparece fazendo um desabafo emocionado sobre a corrupção que assola nosso país. O poema lido por ela é da atriz, poeta, jornalista e também cantora Elisa Lucinda e chama-se “ Só de sacanagem”. O desabafo teria sido feito em 2005 durante apresentação da cantora. E a mensagem transmitida neste vídeo faz parte do trabalho do Empresário Cristão desde 2007. As palavras e a reflexão permanecem atuais e expõem os desafios na busca em manter a esperança por tempos melhores, e evidenciam a necessidade de reafirmar a crença na honestidade dos indivíduos, seja no cotidiano, nas relações sociais ou na política. “Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem com o mal, mas a vencê-lo” Papa Francisco JMJ 2013 – Comunidade Varginha

  • “Não” ao embate cristão e “Sim” ao Ecumenismo

    500 anos de Reforma suscita o diálogo e a busca pela unidade de católicos e evangélicos “Lutero foi ‘um remédio’ para a Igreja Católica”, declara o Papa Francisco sobre os 500 anos da Reforma Protestante, completados em 2017. A posição do Papa frente o homem que desencadeou a divisão entre Igreja Católica e Evangélica reforça a crescente consciência de que as lutas do século XVI entre católicos e luteranos estão sendo superadas. O monge agostiniano Martinho Lutero foi o grande motivador da Reforma que marcou profundamente a Europa e o Ocidente em geral, mesmo sem a pretensão de tê-lo sido, como assegura o Presidente do Pontifício Comitê das Ciências Históricas, Padre Bernard Ardura: “Ele queria fazer uma reforma dentro da Igreja, porém, houve pressões de todas as partes, desembocando posteriormente em uma ruptura”. Quando divulgou suas 95 Teses – diz a lenda – na porta da Igreja do Castelo de Wittembergo, na Alemanha, em 31 de outubro de 1517, o monge quis apenas suscitar uma discussão sobre a legitimidade bíblica da venda de indulgências para alcançar o perdão de Deus. Essa prática era realizada pelo clero da época, o que foi considerado por Lutero um abuso, uma vez que a salvação vem apenas pela fé por graça de Deus, segundo a carta de São Paulo aos Romanos. As ideias defendidas pelo monge não foram aceitas pela Igreja e, por pelo menos quatro décadas, ele foi declarado herege. O Concílio Vaticano II que, de 1962 a 1965, reuniu em Roma todos os bispos católicos para levar adiante a renovação da Igreja, foi o acontecimento que abriu caminhos para novas posições, entre elas, a compreensão das intenções de Lutero e a adesão ao movimento pela unidade dos cristãos. A comemoração dos 500 anos Mais do que cinco séculos da Reforma, o ano de 2017 também marca os 50 anos de diálogo luterano-católico. Para comemorar, a Comissão Luterano-Católica para a Unidade redigiu o documento intitulado "Do conflito à comunhão”, que procura compreender as consequências históricas da Reforma, a partir do consenso entre as duas vertentes cristãs. Para concluir o documento, a Comissão identificou cinco imperativos de conduta para católicos e luteranos, sendo o primeiro deles: “Mesmo que as diferenças sejam mais facilmente visíveis, católicos e luteranos devem sempre partir da perspectiva da unidade e não da divisão”. Além da publicação, as comemorações também contaram com uma celebração ecumênica realizada em outubro de 2016, em Lund, na Suécia, com a presença do Papa Francisco. Para o historiador do cristianismo e pastor valdense Paolo Ricca, foi uma novidade absoluta, porque é a primeira vez na história que um papa participa publicamente da celebração da Reforma. “A presença do papa em Lund modifica profundamente esse veredito negativo e envolve um juízo positivo: a Reforma foi, em seu conjunto, um bem”, confirmou Ricca. São nítidos os esforços de católicos e evangélicos na busca pelo ecumenismo. Haja vista os pontos de fé já consensuais sobre a Bíblia como única fonte de fé, o sacerdócio real de todas as pessoas batizadas e a convicção de que Jesus Cristo é o único salvador. No entanto, ainda há muito que percorrer neste diálogo, como afirma Paolo Ricca. Segundo ele, pelo menos dois grandes motivos ainda afastam a plena comunhão: o reconhecimento das Igrejas evangélicas como Igrejas de Jesus Cristo e não como ‘comunidades eclesiais’ e a falta de uma plataforma doutrinal comum, formulada juntos. Ainda assim, os avanços adquiridos nos últimos anos em prol da unidade são louváveis. Reconhecer as parcelas de responsabilidade católica e luterana na história e trabalhar para solucioná-las é reconhecer, como afirmou o Papa João XXIII, que “o que nos une é maior do que o que nos divide”. #ecumenismo #papafrancisco #igrejacatólica #cristãos #paz #tolerância #reformaprotestante

  • As mensagens de fé, caridade e um olhar sobre o futuro do Papa Francisco

    Participação na TED Talk e viagem ao Egito marcaram os últimos dias do pontífice “A fé verdadeira é a que nos torna mais caridosos, mais misericordiosos, mais honestos e mais humanos, é a que anima os corações levando-os a amar a todos gratuitamente sem distinção nem preferências”. Papa Francisco, em sua 18ª viagem internacional, desta vez ao Egito Nos últimos dias, as mensagens do Papa Francisco trouxeram alento e chamaram a atenção para temas importantes no mundo, e em diferentes ocasiões. A primeira foi na participação através de um vídeo gravado para a série de palestras, a TED Talk. E neste dia 29 de abril, em seu último dia de visita ao Egito, além das reflexões, foram dados importantes passos para a aproximação de diferentes religiões. O Papa deixou uma mensagem direta acerca do extremismo, em que a religião e o nome de Deus são usados como “desculpa” para atos violentos. “O único extremismo possível é o da caridade”, disse o pontífice, que celebrou perante 20 mil pessoas, e não apenas católicos, mas também muçulmanos e os cristãos coptas. Estes últimos pertencem à maior comunidade cristã do Oriente Médio, e uma das mais perseguidas pelo autoproclamado Estado Islâmico. A Igreja Copta é ortodoxa e não está em comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana por divergências doutrinais, como a crença de que Jesus não tinha também a natureza humana, mas apenas a divina. A fraternidade e o futuro A TED Talk, que ocorreu em Vancouver, no Canadá, contou com a participação do Papa Francisco através de um vídeo gravado no Vaticano. O tema do evento era “The Future You” (O você do futuro, em tradução livre), o que já motivou a mensagem do Papa, que falou sobre a importância do diálogo, mas sempre olhando para o futuro. A reflexão do pontífice foi ainda mais detalhada, e em meio a tantas crises sociais no mundo, lembrou dos refugiados e das pessoas que passam por diferentes dificuldades. “Quando encontro ou escuto doentes que sofrem, emigrantes que enfrentam terríveis dificuldades na procura de um futuro melhor, presos que carregam um inferno no coração, pessoas, em especial os jovens, que não arranjam trabalho, surge-me uma pergunta: ‘Porquê eles e não eu?’ Eu também nasci numa família de migrantes. O meu pai, os meus avós, tal como muitos outros italianos, partiram para a Argentina e conheceram o destino dos que nada possuem. Eu também podia ter acabado entre essa gente ‘posta de lado’. É por isso que me interrogo, do fundo do coração: ‘Porquê eles e não eu?’" E ao falar da construção do futuro, a importância do trabalho em união foi lembrada pelo Papa, que afirmou que tudo está interligado. “Como seria belo que a fraternidade, esta palavra tão bela e, por vezes, incômoda, não se reduzisse apenas à assistência social mas, pelo contrário, se tornasse na atitude de base nas opções a nível político, econômico e científico, nas relações entre as pessoas, os povos e os países”. Para acompanhar as mensagens do Papa na íntegra, é possível ver o vídeo integral da participação no TED Talk, a seguir: Imagens: Reprodução/TED Talk; Andreas Solaro/AFP #papafrancisco #futuro #fraternidade

  • Projeto de renda solidária em Olinda envolve guias turísticos locais

    A ideia teve origem a partir de desdobramento de projeto social iniciado na década de 80, por Dom Hélder Câmara, e persiste até hoje pelas ruas da cidade pernambucana Assim que Luís avista os turistas, já oferece a possibilidade de apresentar a Igreja da Sé de Olinda em detalhes aos recém-chegados nesta cidade histórica, que está ao lado da capital pernambucana. Ele faz parte da chamada Associação dos Condutores Nativos de Olinda, a ACNO, que teve origem em iniciativas ainda nos anos 80, quando grupos de crianças e adolescentes de origem humilde e socialmente vulneráveis foram organizados na chamada Casa do Guia Mirim, a partir de um projeto de Dom Hélder Câmara, que foi nomeado o arcebispo emérito de Olinda e Recife em 1964. Luís era uma das crianças, e é com um tom de voz diferente que fala sobre o local em que Dom Hélder está sepultado, no interior da Igreja da Sé. Para Luís e outros guias deste projeto é grande a importância desta iniciativa que prosseguiu até a década de 90. O apoio, apesar de não ter continuado da mesma forma nos anos seguintes, foi retomado em 2006 pela atitude de um dos antigos guias mirins. Atualmente, a abordagem dos turistas pelos guias revela a hospitalidade e simpatia, traços comuns entre os moradores locais. Todos estão identificados e, ao final de mostrarem os principais pontos da cidade de Olinda, convidam os turistas a uma contribuição para que o projeto seja mantido. Na Igreja da Sé, por exemplo, os guias explicam características arquitetônicas e históricas da construção, mostram onde os portugueses lutavam contra os holandeses – estes últimos conseguiram conquistar, no século XVII, as então vilas de Recife e Olinda – além de mostrar o espaço onde está a cama onde João Paulo II dormiu quando visitou Recife, em 1980. E tudo isso com a linda vista de Olinda e o mar ao fundo. A Igreja da Sé (também conhecida como Igreja de São Salvador do Mundo) passou de antiga capela de taipa a catedral, e enfrentou diversas mudanças ao longo dos séculos. A restauração mais recente foi concluída em 1983. A importância de um projeto de renda solidária Um projeto que integra economia solidária, turismo, inclusão e assistência. Essa é a síntese do projeto da Associação dos Condutores Nativos de Olinda, e de como é possível promover o desenvolvimento da economia local e ajudar no combate à exclusão social. Entre os guias que participam do projeto é comum o interesse por estudar e construir uma nova vida, inclusive iniciando um curso de turismo, por exemplo. A iniciativa acaba por gerar oportunidades e renda a pessoas que enfrentam dificuldades de integração na sociedade, e muitos problemas econômicos e sociais, além de promover uma troca de experiências e contato entre os guias e os turistas, com a disseminação da cultura, história e arte locais e valorização do turismo na localidade. O trabalho de Dom Hélder Câmara Dom Hélder Câmara foi reconhecido por suas ações pela defesa de causas sociais e dos direitos humanos. Nascido no Ceará, iniciou na década de 50 obras sociais como a Cruzada de São Sebastião e o Banco da Providência, ambos para ajudarem as pessoas mais necessitadas. Dom Hélder Câmara teve uma participação ativa na denúncia das torturas e autoritarismo cometidos durante a ditadura militar, apoiou movimentos estudantis, movimentos contra a fome e miséria e a ação operária. Mesmo depois de ter deixado de ser arcebispo de Olinda e Recife, no ano de 1985, Dom Hélder permaneceu na defesa pelos mais pobres em projetos e ações como a campanha “Ano 2000 Sem Miséria”. Seu reconhecimento internacional também merece destaque, com indicações ao Nobel da Paz, e recebimento de troféus, medalhas e diplomas. Mesmo após seu falecimento, em 1999, suas ações permanecem trazendo reflexos à sociedade. Imagens (respectivamente): Arquivo Pessoal; Henri Olivier/Férias Brasil; EcoViagem; Arquivo/Canção Nova #sociedadedaconfiança #rendasolidária #DomHélderCâmara

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